Então, mas o
sucesso não é uma coisa boa? “Malvado” porquê? Vou tentar esclarecer-vos o meu
ponto de vista.
Primeiramente,
podemos tentar definir o que é o sucesso. O que é o sucesso para ti?
Tenho a
certeza que a tua definição vai ser diferente da minha, mas independentemente
daquilo que queremos conquistar (comprar o carro X; conseguir uma promoção no
emprego; ter 20 num exame; conquistar o amor da nossa vida; ter uma casa
gigante; comprar uns sapatos Christian Louboutin, este último ponto para mim
seria o cúmulo do sucesso) há pontos neste caminho que são semelhantes.
Um destes
pontos em comum é sem dúvida saber que o sucesso é um dos melhores sentimentos
que podemos ter: eleva-nos a moral, dá-nos confiança, reconhecimento, entre
outras coisas boas que todos nós gostamos de sentir. Mas, a partir de que momento
se acorda deste sonho?
No momento a
seguir a que partilhamos esta nossa conquista. Parece algo contraditório porque
por um lado, para obtermos o reconhecimento alheio, precisamos que se conheça
aquilo alcançámos, do mesmo modo que queremos sempre contagiar quem nós
gostamos com a nossa felicidade e para isso precisamos de dar a conhecer o que
bom nos está a acontecer; por outro lado ao divulgar o que bom nos acontece
estamos a atrair sentimentos menos positivos como a inveja…
Pois… Aqui
está o lado lunar deste sentimento tão bom. A parte “malvada” deste processo. O
que não queremos sentir, mas não podemos fugir porque não vamos deixar de ser
quem somos e de lutar pelo que queremos só porque vamos incomodar determinadas
pessoas. Tive que usar “pessoas” porque nunca poderia denominar amigos a quem
não rejubila com o nosso sucesso, no entanto muitas vezes é assim que
percebemos de que tipo de pessoas estamos rodeados. E quem é que não sentiu que
depois deste sentimento que nos faz sentir no topo do mundo, o indivíduo X e Y
nos passou a olhar de lado?
Entristece-me
muito escrever este post… Claro que eu própria as vezes cobiço certos alcances
de quem me rodeia, agora daí a invejar ou fazer a outra pessoa sentir mal vai
um grande passo. Esta sociedade desprovida de valores (e pegando no post da
outra semana, desprovida de calças também) assusta-me. Somos pouco menos de 7
biliões de pessoas a lutar pelo mesmo, há que considerar as tribos quase virgem
em África e na América do Sul que têm os seus princípios e ainda não se
renderam à nossa sociedade consumista; e chegamos a um ponto em que não se
olham a meios para se atingir os fins e cada vez mais este lugar comum é
evidente e verdadeiro.
O que fazer
então? Bem, fugir do sucesso nunca, mas há que escolher as pessoas de quem nos
rodeamos. Há poucos sentimentos tão bons, como poder sair com amigos, contar
uma óptima novidade nossa e todos em conjunto festejar sem ter receio do que
eles possam pensar… No fundo, há que não perder tempo ou dar importância a quem
nos faz sentir que os sucessos que alcançamos são “malvados”.
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