segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rádio do metro

Eu sou daquelas pessoas que gosta de andar sempre com o seu MP3 para todo o lado. Adoro ouvir música... Quando estou a passear, quando estou a fazer as lidas domésticas, quando estou a estudar, ... Mas há um sítio onde tenho alguma dificuldade em ouvir música com os meus phones e com o volume num nível aceitável para a minha saúde. Qual será esse sítio?

A todos aqueles que pensaram "transportes públicos", que talvez usaram o título deste post como pista, parabéns! É isso mesmo!
Todos os dias de manhã uso o metro como transporte para chegar ao meu destino. E quando chego à carruagem, sou obrigada a tirar os phones, porque o comboio faz um barulho ensurdecedor. E é por causa disso que deixo de ouvir música? Não.

Como? Gostava que a resposta fosse que o metropolitano de Lisboa tivesse sistema de som com colunas para que todos os passageiros pudessem gozar a sua viagem. A realidade é bem diferente...  Um tanto assustadora a vários níveis... Na verdade eu sou muitas vezes "obrigada" a ouvir a música que os outros passageiros ouvem. Bem, quando o parceiro do metro está a ouvir uma música que nós apreciamos, nem é mau. Quando damos por nós estamos a cantar e a dançar e a pessoa que está a ouvir a música nos seus phones fica muito admirada a olhar para ti e a pensar "de onde é que vem a música que esta pessoa está a ouvir?".

No grau médio desta prática encaremos quando algum passageiro está a ouvir um estilo de música que não gostamos… Não é agradável, mas sim tolerável. Era muito azar fazer uma “grande” viagem de metro sempre com o mesmo passageiro ao lado.

O pior grau, normalmente, estas situações passam-se na linha amarela entre o Lumiar e o Senhor Roubado: sujeitos a ouvir música sem phones. Estes passageiros metem o seu telemóvel/MP3/MP4 com o som no máximo e lá vão eles a curtir quizomba até à sua casa. É aterrador, porque primeiro confesso este não é o meu estilo de música preferido e em segundo lugar perturba o sossego dos passageiros duma faixa etária mais elevada.



Este é um retrato de algo que se passa no nosso quotidiano e há alguns apontamentos que devo realçar. Primeiro a saúde de todos nós. Ouvir música é bom para o nosso estado de espírito e alma, não há qualquer dúvida disso. Mas os nossos ouvidos não foram biologicamente desenhados para aguentar sons tão elevados e como não sofremos as consequências hoje, esquecemo-nos de que no futuro vamos ter uma diminuição da acuidade auditiva precoce. Em segundo lugar, o respeito pelo outro. Nós vivemos numa sociedade com maior quantidade de reformados que estudantes, ou seja com a pirâmide demográfica invertida, e temos que respeitar todos. É verdade que os idosos são muito sensíveis no que toca ao seu espaço e liberdade, mas estão no seu direito.

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