Há dias, durante estas mini-férias, estava a ler o "Guerra e Paz" e deparei-me com um conjunto de afirmações que me levaram à reflexão. Passo a citar : " ... Não penses que a desgraça vem das pessoas. As pessoas são um instrumento d'Ele. ... A desgraça é mandada por Ele, e não pelas pessoas. Os homens são um instrumento d'Ele, não têm culpa. Se achares que alguém é culpado para contigo, esquece e perdoa. Não temos o direito de castigar. E compreenderás a felicidade de perdoar."
Antes demais estas afirmações remetem para a existência de Deus. A minha opinião pessoal é que a vida é demasiado perfeita para não haver algo superior a comandar as coisas. Existe evidência científica que comprova a minha teoria, mas este não é o ponto para hoje.
Depois, nós temos uma tendência inata em evidenciar os nossos próprios defeitos nas outros (além dos outros defeitos que eles já possuem). É algo que não é correcto, é horrível, mas acima de tudo é humano. Nós nascemos e iremos sempre viver num estado de imperfeição. Tenho muita pena de nunca conseguir alcançar um estado próximo da perfeição, mas é assim a vida.
Agora a aproximação desse tal estado "perfeito" implica reconhecer e justificar as más atitudes dos outros. Sem dúvida que a forma mais fácil é pensar que Ele controla tudo e que nós pouco ou nada temos haver com isso. Como tal teremos que respeitar os ensinamentos d'Ele e não devemos ter a ousadia de conotar negativamente essas atitudes, mas este pensamento nunca me tinha passado pela cabeça antes.
Todos nós já encontramos alguém, falando com simplicidade, que nos tenha feito mal. O nosso primeiro pensamento é catalogar esse indivíduo como "mau" e mesmo que perdoamos nunca damos uma real segunda oportunidade. Resumindo numa famosa frase: "eu perdoo, mas não esqueço". O perdão aqui nunca é de 100%...
Aquela afirmação é algo que nos eleva no nosso estado de imperfeição e consequentemente, quer queiramos quer não, de felicidade. Todos nós merecemos respeito, todos nós erramos, todos nós já tivemos más experiências antes e continuaremos a ter ao longo da vida. Agora cabe-nos saber lidar com isso, dar o passo em frente, perdoar e esquecer essas atitudes. Só assim conseguiremos ser maiores.
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