segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Deixar os muros para o Bob o Construtor


De que vale construir muros
Adiando o inevitável
Sorrindo hoje, aguardando os momentos duros
Esperando que as barreiras sejam imutáveis
Embora conhecêssemos a sua data de validade
Muros caem, luz entra mostrando a realidade
Dor aflora, assim como a esperança
De que o futuro traga segurança
E que se confirmem as respostas dadas
E nas vidas espelhadas

Estando da noite para o dia
E do dia para a noite
Voltando ao momento inicial
Da génese da pedra filosofal
O Mundo sempre girou
Criando o campo de gravidade
Por pulsares é recebida a felicidade
Nestes ciclos apenas a minha essência ficou
Ora estando para lá dos muros recatados
Ora assumindo-se para o ditado pelos dados
Nestas encruzilhadas
Onde as estrelas esperam ser achadas
Encaminhadas, de modo a cantarem um fado
Para lá do desejado



Em Portugal o livro poderá ser encomendado neste link: http://www.wook.pt/ficha/cartas-imortais/a/id/16540388

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Quote

 Esta semana vou partilhar com vocês a melhor (para mim) quote que li nos últimos tempos. Pertence a Meryl Streep e se já a leram, recomendo a ler outra vez, senão lerão desfrutem destas sábias palavras.

“I no longer have patience for certain things, not because I’ve become arrogant, but simply because I reached a point in my life where I do not want to waste more time with what displeases me or hurts me. I have no patience for cynicism, excessive criticism and demands of any nature. I lost the will to please those who do not like me, to love those who do not love me and to smile at those who do not want to smile at me. I no longer spend a single minute on those who lie or want to manipulate. I decided not to coexist anymore with pretense, hypocrisy, dishonesty and cheap praise. I do not tolerate selective erudition nor academic arrogance. I do not adjust either to popular gossiping. I hate conflict and comparisons. I believe in a world of opposites and that’s why I avoid people with rigid and inflexible personalities. In friendship I dislike the lack of loyalty and betrayal. I do not get along with those who do not know how to give a compliment or a word of encouragement. Exaggerations bore me and I have difficulty accepting those who do not like animals. And on top of everything I have no patience for anyone who does not deserve my patience.” 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sugestão de leitura



Se há coisa que adoro fazer é ler. Ler ajuda-nos a concentrar, leva-nos a viajar (o famoso lugar comum da leitura) e ajuda a compreender alguns aspectos da nossa vida. Há livros que nos marcam e inspiram pelas mais diversas razões. A nós e às personagens que constituem a indústria cinematográfica.

Grande parte dos filmes que vemos e gostamos são inspirados em romances já escritos. Alguns são mesmo clássicos como “Orgulho e Preconceito” ou “Grandes Esperanças”, outros mais recentes como o caso do filme que vai estrear para o ano “50 sombras de Grey”. Nunca pensei que fosse possível fazer uma referência a um livro de Jane Austen e às 50 sombras de Grey num parágrafo, mas acabei de o fazer… Avançando, muitas vezes a história é-nos apresentada no cinema, outras primeiro lemos o livro e depois vemos a adaptação ao cinema. 

Há uns 2 anos fui ao cinema ver um romance (estilo que normalmente aprecio) que tinha sido proposto por uma amiga minha. Nunca tinha ouvido falar sobre o filme, muito menos sobre a obra que o inspirou. Como gosto de arriscar e confio no gosto das minhas amigas lá fui eu toda contente ao cinema. No final do filme, o cenário era outro. Eu e os outros cinéfilos (confesso que era das piores) chorávamos baba e ranho com tal a intensidade da história. E foi assim que Jane Eyre me foi apresentada. A quem não viu o filme aconselho vivamente, tem uma fotografia e banda sonora espectaculares (mais uma vez Dario Marianelli) e mais uma memorável performance da actriz Mia Wasikowska (sim, tive que ir ver ao Google como se escreve o nome).

Quando gosto duma história no cinema procuro ler o livro. O livro costuma ser muito mais rico que o cinema e para conhecer melhor a história não há nada melhor. Desta forma, conheci mais um clássico da literatura inglesa e a Charlotte Bronté. Posso-vos adiantar que foi o melhor livro que li até hoje.

Muitos críticos apontam que esta história é baseada em factos biográficos e eu acredito porque a escrita é brutalmente sincera. E um facto é que não há 2 pessoas iguais, nem duas histórias de vida semelhantes, mas nós todos passamos pelas mesmas fases e os sentimentos que vivemos são idênticos. Isto fez com que eu me identificasse muito com o livro e que me tenha ajudado a compreender melhor alguns sentimentos e aspectos da minha vida.


Portanto hoje aconselho ver o filme e ler o livro “Jane Eyre” e desejo-te uma boa semana J

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Amizade


Este sentimento interliga-nos nas mais diversas ligações: família, amigos, relações românticas e apesar de muito se escrever e filosofar sobre este, aparecem sempre novos aspectos que merecem a nossa atenção no nosso quotidiano.

Mas afinal o que faz de nós sermos bons amigos?
Há uma série de adjectivos que estão sempre na ponta da língua quando esta questão é levantada: saber ouvir, estar presente, fazer likes quando os nossos amigos fazem publicações no facebook (sim, hoje em dia isto é importante), fazer companhia, partilhar bons momentos, convidar-nos para fazer coisas divertidas, entre tantos outros…

No entanto, existe um lado mais dark da amizade. Esta fase lunar dá-se quando os nossos amigos nos dizem, não o que gostamos de ouvir, mas sim o que precisamos de ouvir. O cenário típico desta situação é quando vamos com uma amiga às compras, escolhemos uma peça, vamos provar e claro que pedimos uma segunda opinião ao nosso amigo(a). 90% iriam dizer que a peça nos ficava mesmo bem, apenas porque era isso que nós queríamos ouvir. Isto é ser um amigo verdadeiro?

Bem, definitivamente que não faz de nós um mau amigo. Mas quando extrapolamos este cenário para outros momentos a distinção é maior. Todos nós temos a consciência que temos atitudes menos correctas e que muitas das vezes não nos apercebemos que estamos a agir inadequadamente a determinada situação ou então que nos estamos a desviar do nosso caminho. O verdadeiro amigo aparece das brumas para nos orientar, criticar ou até mesmo ajudar a ver a situação com um olhar mais próximo da realidade.

Nem sempre é fácil para nós aceitarmos tais palavras, até porque nem sempre são as mais doces. Mas mais vale estarmos rodeados de pessoas que, muitas vezes, arriscam a amizade para nos dizer algo, do que pessoas que nos dizem sim a tudo e só nos querem levar para a diversão.




segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Rádio do metro

Eu sou daquelas pessoas que gosta de andar sempre com o seu MP3 para todo o lado. Adoro ouvir música... Quando estou a passear, quando estou a fazer as lidas domésticas, quando estou a estudar, ... Mas há um sítio onde tenho alguma dificuldade em ouvir música com os meus phones e com o volume num nível aceitável para a minha saúde. Qual será esse sítio?

A todos aqueles que pensaram "transportes públicos", que talvez usaram o título deste post como pista, parabéns! É isso mesmo!
Todos os dias de manhã uso o metro como transporte para chegar ao meu destino. E quando chego à carruagem, sou obrigada a tirar os phones, porque o comboio faz um barulho ensurdecedor. E é por causa disso que deixo de ouvir música? Não.

Como? Gostava que a resposta fosse que o metropolitano de Lisboa tivesse sistema de som com colunas para que todos os passageiros pudessem gozar a sua viagem. A realidade é bem diferente...  Um tanto assustadora a vários níveis... Na verdade eu sou muitas vezes "obrigada" a ouvir a música que os outros passageiros ouvem. Bem, quando o parceiro do metro está a ouvir uma música que nós apreciamos, nem é mau. Quando damos por nós estamos a cantar e a dançar e a pessoa que está a ouvir a música nos seus phones fica muito admirada a olhar para ti e a pensar "de onde é que vem a música que esta pessoa está a ouvir?".

No grau médio desta prática encaremos quando algum passageiro está a ouvir um estilo de música que não gostamos… Não é agradável, mas sim tolerável. Era muito azar fazer uma “grande” viagem de metro sempre com o mesmo passageiro ao lado.

O pior grau, normalmente, estas situações passam-se na linha amarela entre o Lumiar e o Senhor Roubado: sujeitos a ouvir música sem phones. Estes passageiros metem o seu telemóvel/MP3/MP4 com o som no máximo e lá vão eles a curtir quizomba até à sua casa. É aterrador, porque primeiro confesso este não é o meu estilo de música preferido e em segundo lugar perturba o sossego dos passageiros duma faixa etária mais elevada.



Este é um retrato de algo que se passa no nosso quotidiano e há alguns apontamentos que devo realçar. Primeiro a saúde de todos nós. Ouvir música é bom para o nosso estado de espírito e alma, não há qualquer dúvida disso. Mas os nossos ouvidos não foram biologicamente desenhados para aguentar sons tão elevados e como não sofremos as consequências hoje, esquecemo-nos de que no futuro vamos ter uma diminuição da acuidade auditiva precoce. Em segundo lugar, o respeito pelo outro. Nós vivemos numa sociedade com maior quantidade de reformados que estudantes, ou seja com a pirâmide demográfica invertida, e temos que respeitar todos. É verdade que os idosos são muito sensíveis no que toca ao seu espaço e liberdade, mas estão no seu direito.